domingo, 17 de novembro de 2013

As TIC na Deficiência Auditiva

No nosso dia-a-dia realizamos uma série de actividades que dependem da audição. Atender e realizar chamadas telefónicas, ouvir rádio, abrir a porta aquando do toque da campaínha, assistir e participar nas aulas, pedir ajuda, realizar uma entrevista de emprego, entre outras actividades. A pessoa com défice auditivo apresenta limitações ou mesmo ausência de compreensão e expressão da linguagem verbal oral (fala), meio privilegiado de comunicação, que vão interferir na sua interacção diária com o ambiente social. Mas, hoje em dia, existe um conjunto de alternativas que permitem minimizar essas barreiras.

A Língua Gestual Portuguesa (LGP) é uma dessas alternativas. Através dela é possível expressar e compreender mensagens linguísticas que vão facilitar a comunicação entre dois utilizadores da LGP.

Além da LGP, existe no mercado um conjunto de tecnologias e apoio para as pessoas com Deficiência Auditiva, tais como:

Relógios despertadores vibratórios
Sintetizadores de voz
Telefones de texto
Implantes cocleares

Para mais informações cliquem aqui.

Durante a minha pesquisa, sobre as tecnologias de apoio para a Deficiência Auditiva, encontrei um vídeo de uma banda internacionalmente conhecida, os Simple Plan, onde é descrito o funcionamento de uma tecnologia que permite que os fãs com défices auditivos possam ouvir os concertos.

Consultem o vídeo aqui.

sábado, 9 de novembro de 2013

Comunicação, Linguagem e Fala

Na Unidade Curricular Problemas Específicos de Comunicação do Aluno com Dificuldades de Aprendizagem Específicas, abordamos, entre outros, os conceitos de comunicação, linguagem e fala. É importante sabermos definir e diferenciar estes conceitos, para posteriormente compreendermos a que nível se inserem as diferentes dificuldades apresentadas pelas crianças.


Comunicação
É definida por Sim-Sim (1998) como um "processo activo de troca de informação que envolve a codificação (ou formulação), a transmissão e a descodificação (ou compreensão) de uma mensagem entre dois, ou mais, intervenientes".
O ser humano assume-se como um comunicador dada a sua condição de ser social e mesmo não querendo não consegue deixar de comunicar. O Silêncio, a imobilidade, as palavras, os gestos, entre outros, todos contêm uma mensagem a que os interlocutores atribuem um significado, daí que seja impossível não comunicar (Sim-Sim, 1998).

Linguagem
"A linguagem é um sistema convencional de símbolos arbitrários e de regras de comunicação dos mesmos, representando ideias que se pretendem transmitir através do seu uso e de um código socialmente socialmente partilhado, a língua" (Franco, Reis & Gil, 2003).
A linguagem (oral e escrita) permite ao homem comunicar, isto é, produzir e compreender variadíssimas mensagens linguísticas. A linguagem divide-se na compreensão e na produção (Sim-Sim, 1998). 
  • Compreensão - consiste em receber, decifrar e interpretar um conjunto de sons, sinais gráficos ou gestuais, de acordo com as regras de um determinado sistema linguístico.
  • Produção/Expressão - consiste na estruturação de mensagens de acordo com as regras de um determinado sistema linguístico (cadeias de fonemas, sequências de gestos ou sequenciação de sinais gráficos).

Fala
É a materialização da linguagem na variante fónica (Sim-Sim, 1998). É um acto motor complexo controlado pelo sistema nervoso central (Franco, Reis & Gil, 2003). A produção da fala envolve a respiração (fonte de energia para a fonação), a fonação (vibração das cordas vocais que resulta na produção de som), a ressonância (qualidades específicas dos sons mediante a sua passagem pela cavidade nasal ou bucal) e a articulação (constrições impostas pela língua, dentes, lábios e palato) (Sim-Sim, 1998).

Bibliografia: 

Franco, M., Reis, M., & Gil, T. (2003). Comunicação, linguagem e fala: perturbações específicas de linguagem em contexto escolar – fundamentos. Lisboa: Ministério da Educação: Departamento de Educação Básica. 

Sim-Sim, I. (1998). Desenvolvimento da linguagem. Lisboa: Universidade Aberta. 



domingo, 3 de novembro de 2013

Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA)

A Fala é o meio de comunicação mais utilizado, no entanto quando esta não é suficiente ou não existe, é necessário recorrer à comunicação alternativa como complemento ou como substituto à Fala.

Mas afinal o que é a CAA?
Segundo a American Spech-Language-Hearing Association (ASHA, 2002), a CAA corresponde a um conjunto de procedimentos e processos que têm como objectivo maximizar as competências comunicativas para que a comunicação seja funcional e eficaz. A CAA implica a substituição total da Fala ou a sua complementação com formas não faladas.

Podemos assim diferenciar a Comunicação Alternativa e a Comunicação Aumentativa. A Comunicação Alternativa consiste em utilizar formas de comunicação diferentes da Fala (signos gestuais, gráficos ou tangíveis) em indivíduos que não possuem a capacidade de falar. A Comunicação Aumentativa consiste numa comunicação de apoio ou complementar, na qual as formas alternativas de comunicação são utilizadas com um duplo objectivo: promover e apoiar a fala e, caso a pessoa não aprenda a falar, garantir uma forma de comunicação alternativa (Tetzchner & Martinsen, 2000).

Ainda de acordo com os autores Tetzchner e Martinsen (2000), existem diversos sistemas alternativos de comunicação que utilizam diferentes signos:
- Signos gestuais (ex: língua gestual)
- Signos gráficos (ex: SPC, PIC)
- Signos tangíveis (ou signos "tácteis", feitos de plástico ou de madeira com formas e texturas diferentes, ex: fichas Premack)

A escolha do tipo de signos a ser usado deve basear-se nas características motoras e perceptíveis da pessoa.

Despeço-me com um vídeo de uma música adaptada com signos gestuais e signos gráficos. Esta adaptação foi realizada por alunos da Universidade Fernando Pessoa, na disciplina de CAA do curso de Terapia da Fala.




Bibliografia:
American Spech-Language-Hearing Association (2002). Augmentative and alternative communication: knowledge and skills for service delivery. Acedido a 3 de Novembro de 2013, através de http://www.asha.org/policy/KS2002-00067/

Tetzchner, S. & Martinsen, H. (2000). Introdução à Comunicação Aumentativa e Alternativa. Porto: Porto Editora.

Tecnologias Assistivas e Ajudas Técnicas

Considero que a Tecnologia Assistiva seja um conjunto de meios utilizados para promover a funcionalidade da pessoa portadora de algum tipo de deficiência ou incapacidade, contribuindo para a sua participação e inclusão na sociedade. 

Após alguma pesquisa encontrei algumas definições que podem ajudar a compreender melhor a definição de Tecnologia Assistiva:

Segundo Bosh (2009), o termo Tecnologia Assistiva consiste num conjunto de ferramentas ou práticas, que resultam do desenvolvimento tecnológico, que promovem ou ampliam capacidades.

Radabaugh (s/d) acrescenta ainda que as pessoas com incapacidades usam as tecnologias para atingir e manter um nível de funcionalidade que lhes permita viver nas suas casas, estudar e aprender, conseguir emprego e participar na sociedade. 
Ou seja, a Tecnologia Assistiva tem como um dos objetivos promover a autonomia das pessoas com incapacidades.

Neste contexto surge, também, o termo Ajudas Técnicas. Este termo é definido como:

"Qualquer produto, instrumento, estratégia, serviço e prática, utilizado por pessoas com deficiência e pessoas idosas, especialmente produzido ou geralmente disponível para prevenir, compensar, aliviar ou neutralizar uma deficiência, incapacidade ou desvantagem e melhorar a autonomia e a qualidade de vida dos indivíduos (CNAT, 2008)."

Existem diversas ajudas técnicas adequadas e adaptadas a diferentes necessidades/características individuais como podem ver no seguinte site: 

Durante a minha pesquisa encontrei também o site do Centro de Engenharia de Reabilitação e Acessibilidade (CERTIC), da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD). Lá podem encontram uma série de informações relativas às Tecnologias Assistivas, nomeadamente legislação sobre as Ajudas Técnicas.


Bibliografia:
Bersch, R. C. S. (2009). Design de um serviço de tecnologia assistiva em escolas públicas. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

CNAT (2008). Catálogo nacional de Ajudas Técnicas. Consultado a 2 de Novembro de 2013, disponível emhttp://www.ajudastecnicas.gov.pt/about.jsp.

Radabaugh, M. P. (s/d). NIDRR's Long Range Plan - Technology for Access and Function Research- Section Two: NIDDR Research Agenda - Chapter 5: Technology For Access And Function. Consultado a 3 de Novembro de 2013, disponível em http://www.ncddr.org/new/announcements/lrp/fy1999-2003/lrp_techaf.html.